Quando Julia Roberts surgiu de terno e gravata na cerimônia do Golden Globes, em 1990, ela trouxe para o mainstream um conceito milenar na história da moda: o genderless.

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O salto alto, por exemplo, foi inventado para que os homens tivessem um melhor encaixe dos pés durante as montarias. Foi só no século 16 que as mulheres passaram a usar o calçado, quando Catarina de Médici introduziu a peça em suas produções.

Muitos séculos depois, o estilo andrógino ajudou a construir a fama de grifes icônicas como Rick Owens e Comme des Garçons (que pode ser traduzida para o português como “Igual aos Meninos”). Hoje, a moda sem gênero aparece cada vez mais forte no DNA de novas marcas. Seja pela sensação de liberdade que traz, seja pelo conforto que proporciona. Ou uma mistura dos dois.

É, não existem mais fronteiras na moda. As barreiras entre o masculino e feminino estão cada vez mais indefinidas, principalmente com todas as discussões sobre identidade de gênero que têm rolado nos últimos tempos. Desde pequenos fomos “ensinados” que rosa é cor de menina e azul é cor de menino e conforme vamos desconstruindo os estereótipos de gênero isso acaba afetando, consequentemente, a esfera do estilo.

A modelo e atriz da Ruby Rose, que se considera gender fluid, possui uma marca de roupas agênero com a ex-namorada e estilista Phoebe Dahl.

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Em 2016, a grife francesa Louis Vuitton apresentou a sua campanha de verão com Jaden Smith usando saia.O menino deu várias entrevistas dizendo que não vê gênero nas roupas. Inclusive, ele já foi visto diversas vezes usando saias e vestidos. Nicolas Ghesquière entrou para dar uma modernizada na marca e a escolha de Jaden Smith foi tão coerente que foi difícil não curtir o resultado final.

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Está se tornando um movimento natural que reflete mudanças importantes que vêm acontecendo na sociedade. A moda convencional, que estamos mais do que cansados de ver por aí, já não reflete 100% a nossa realidade. Se o que existe agora não representa fielmente o mundo em que vivemos, precisamos criar novas formas e novos meios de expressar tanta diversidade. E o estilo pessoal não é uma das maneiras de mostrarmos nossa personalidade? Então a moda agênero faz uma declaração de quem a pessoa é, de como ela quer ser vista e que mensagem ela quer passar. Não está ligada ao mercado, e sim a valores pessoais. Não é apenas sobre homem usar saia, por exemplo. É simplesmente sobre não ter mais rótulos, não ter limites.

Mas e as joias? Elas também podem ser genderless? A resposta é sim. O mercado de joias está em constante movimento e não pode deixar o sem-gênero passar despercebido. Essa forte corrente tem influenciado e alterado a forma como as pessoas fazem compras, principalmente da chamada geração millenium. A cada ano, é visível como os jovens evitam a ostentação e buscam joias minimalistas, orgânicas e que reflitam de alguma forma suas personalidades, identidades e passem a mensagem certa, apesar das tendências. Um exemplo dessa movimentação é o crescimento de homens adquirindo acessórios como colares, pulseiras, brincos e anéis. Não nos entendam mal: historicamente, eles já usavam todas essas joias. Mas hoje em dia, tornou-se – e ainda bem! – mais comum encontrá-los adornados nas ruas e mais fácil de achar uma seção de acessórios nas grandes lojas para compras.

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E enquanto os homens estão se enfeitando mais, as mulheres estão adquirindo acessórios mais espessos e robustos que, originalmente, eram tratados como masculinos. Um exemplo disso são os relógios com pulseiras e caixas maiores. E não é somente a diferença de metal e a ausência ou não de pedras preciosas que dividia os dois grupos de consumidores. Tradicionalmente, homens preferiam a prata e mulheres faziam uso de gemas decorativas. A textura e o acabamento da joia também era um fator decisivo na hora de decidir o que usar: eles tendiam ao fosco e elas ao brilhante. As grandes joalherias e lojas de acessórios estão se adaptando para um portfólio de produtos mais neutros, planos e menos ornamentais que agradam a todos os estilos e gêneros, dos mais básicos aos mais fashionistas. Afinal, é sempre possível uma composição de peças, o que não deixa nenhum dos públicos na mão.

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