Banho de ródio: tudo que você precisa saber

Existe ouro branco?

Nas joalherias estamos acostumados a ver o ouro branco com um aspecto prateado brilhante. O que muita gente não sabe é que o ouro branco, como estamos habituados a ver, não existe. Não entendeu? A gente te explica.

Antes de mais nada, é necessário entender que o ouro 18K é uma liga metálica que contém 75% de ouro puro e 25% de outros metais, que garantem mais resistência à joia, uma vez que o ouro puro é um metal extremamente maleável. 

No ouro branco, é utilizado 75% de ouro puro e outros 25% de metais brancos, como o paládio ou o níquel, por exemplo. Justamente por ter 75% de ouro puro (naturalmente amarelo) o ouro branco é, na verdade, levemente amarelado. Opa! Como assim?

Acrescentando os 25% de metais mais brancos, apenas deixamos o tom de amarelo de ouro puro um pouco mais suave e discreto. Quanto mais metais brancos adicionamos ao ouro puro, mais claro será o tom de amarelo obtido.

Mas você ainda pode estar se perguntando: “por que não adicionamos mais de 25% de metais brancos ao ouro puro para obter uma cor quase totalmente prateada?” Simples: a proporção de 75% de ouro puro e 25% de outros metais seria desobedecida, resultando em ouro com baixo teor de pureza.

Ainda resta uma dúvida: se o ouro branco é, na realidade, levemente amarelado, por que seu aspecto totalmente prateado nas joalherias? Isso só é possível graças a um acabamento chamado banho de ródio ou galvanoplastia.

Banho de ródio: o que você precisa saber?

Brilho é a palavra que resume o currículo do metal ródio. Ele é o revestimento de muitas joias confeccionadas em ouro branco e é responsável por trazer vida aos tons prateados.

O ródio foi descoberto em 1803 pelo médico, físico e químico britânico William Hyde Wollaston (1766-1828) em minérios de platina bruta da África do Sul. É um metal prateado muito reflexivo, com grande resistência a ácidos e substâncias corrosivas e um dos mais raros. Por sua resistência e brilho, o ródio é muito utilizado na indústria joalheira na etapa de acabamento.

A liga de ouro branco 18K, formada por 75% de ouro e 25% de outros metais, possui um leve aspecto amarelo acinzentado. Quando o design de uma joia demanda um prateado vivo e brilhante, o joalheiro banha a liga de ouro branco em ródio. Já no caso das joias em prata, que é um metal relativamente mole, o banho, na maioria das vezes, é dado para se criar uma camada protetora, já que o ródio é o metal da família da platina mais resistente a manchas e arranhões.

É importante frisar que o banho de ródio não é eterno. Tudo depende da qualidade do banho e da espessura da camada de ródio. Joias como anéis e alianças são mais suscetíveis ao desgaste do que outras peças, pois são utilizadas com maior frequência. Geralmente, o banho de ródio começa a sofrer desgaste com 1-2 anos de uso, mas em joias usadas esporadicamente, os sinais podem aparecer na casa dos 10 anos. Mas fique tranquilo: um novo banho de ródio faz a joia ficar como nova.

Existe ainda o banho de ródio negro, que por sinal está na moda. É um processo no qual é aplicada uma camada de um corante chamado negro brilhante (grafite escuro) na peça, tanto por imersão quanto por aplicação seletiva. Alguns materiais como prata, estanho, zinco, alumínio, chumbo e ferro, exigem uma camada intermediária e níquel ou ouro antes da aplicação do ródio, pois apresentam maior resistência à corrosão. O banho preliminar evita a migração da oxidação para a superfície da peça.

Lembre-se: por ser um acabamento, o banho de ródio vai se desgastando com o tempo e isso é completamente natural. No entanto, não é insensível aos efeitos do desgaste diário e aos materiais abrasivos. Para limitar o desgaste, deve-se evitar o uso das joias com banho de ródio quando se faz atividades de limpeza doméstica, jardinagem e outras que podem destruir rapidamente o ródio.

E você, está pronta para esbanjar luxo e riqueza com uma joia banhada a ródio? Compartilhe a sua opinião.

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